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sábado, 12 de novembro de 2016

Web Summit: Speaking about Democracy, Ego and Empathy (Day 1)

After a 3 days amazing experience, it’s time to return to the reality. However, before do it, it might be a good opportunity to reflect on everything that I learned and heard in the Web Summit during these last days. This way, the aim of this article is remind me about the messages that I listen and I would like to retain.

Despite being a mechanical engineer student (usually interested in technology), almost all the talks that I attended were related in some way with global challenges (global warming, poverty, social movements), education, gamification and storytelling. As result, when I crossed all the talks that I would like to attend, the shedule said that most of my time would be spent on the “Future Societies Conference”. 

The filter bubble versus democracy
One day before Trump was elected as the new United States President, it was discussed the fragility of the democracy. One of the speakers, from the European Commission, spoke about how fortunate we are for living in a democracy and about the importance of the communication. Using her own words: "democracy it's communication", the possibility of being able to express our feelings and our thoughts. 

She predicted that the probability of, in the next 4 years, having someone non democratic being elected was quite high, which was proved as being right in the following day. However, she also said that maybe it’s what we need right now, take a slap in the face to help us realize the advantages and the benefits of the democracy.

Finding your calling in the digital economy
Why do we help other people? Is it because we want to satisfy our ego and be recognized, or is it because we feel empathy to the other people? How can we distinguish these 2 feelings?

Tricky! That was the answers of the speakers. It depends on what moves us, however in most of the situations the ego might not be enough. Once in a while, we should stop and take some time to reflect and think about what we are doing and the reasons that are moving us to act. Are they the right reasons or not? If what we are doing isn’t going as planned, it’s hard to be recognised and have our ego satisfied. The worst part in these cases is: probably we are going to end by giving up. Also, if we are helping other people, the expected outcomes might not be instantaneous, this way we need a considerable amount of time until we receive the recognition that we are waiting for.

During this talk, it was also discussed the role of technology in our society and how it's changing our working methods. The evidences are obvious, in the last few years everything is becoming automatized, the robots are replacing the humans’ jobs, by doing the needed tasks faster and without making any mistake. As it was said during this talk, this new tendency hardly is going to stop. This way, it’s urgent rethink all the people jobs in order to be able to adapt to this new reality. The world and the society is changing, we need to learn to evaluate these changes and understand how can we keep with them.



quinta-feira, 3 de abril de 2014

Coursera: Da Soberania à Declaração Universal dos Direitos Humanos

Alguns anos atrás, quando falava do que esperava da faculdade, da vida profissional, sempre me respondiam que era um sonhador. Agora, após alguns anos, penso que continuo bastante abstraído do que é a realidade, no entanto têm sido inevitáveis os meus encontros com ela, pelo que devo dizer que nem sempre me tem agradado o que vivo ou presencio.

Apesar de ter muitos "baldes de água fria" pela frente, os poucos com que me deparei, nomeadamente na faculdade, transmitiram-me que vivo num Mundo onde a preocupação com o indivíduo, com o que este sente, passou para segundo plano. Em vez disso, tudo é centrado na preparação e no talhamento do mesmo, para servir como ferramenta ao cru e inevitável mercado de trabalho que deveria mover um país que, apesar de pobre não hesita em rasgar, partir e deitar fora as cartas trunfos que provavelmente quebrariam este ciclo de derrotas.

Ultimamente, tenho sentido que somos tratados mais como uma peça do tabuleiro de um jogo de xadrez, onde somos meros piões constantemente julgados na praça pelo Bispo e assaltados na arena pelo Cavalo, onde no topo da plateia está o Rei, juntamente com a Rainha, a assistir a todo o espectáculo acenando e aplaudindo como se nada se passasse, onde a liberdade do peão para poder andar duas casas no início do jogo e o direito para dizer CHECKMATE foram eliminados das regras do jogo.

Por todas estas razões, aliadas a um pouco de ilusionismo e negação ao conformismo, comecei-me a interessar mais por aquilo a que chamamos direitos, mais concretamente direitos humanos. Nesse intuito, partilho aqui alguma da informação recolhida no curso  International Human Rights Law: Prospects and Challenges do Coursera.

Conceito de Estado de Soberania
Estado de Soberania é um conceito atribuído a cada estado e nação, este defende o princípio que cada país tem o direito de fazer o que quiser dentro das suas fronteiras. Nomeadamente, o controlo de território. O corolário desta visão de Soberania é o Princípio da Não Intervenção, onde se nega o direito às outras nações de interferirem no comportamento ou na conduta do que se passa dentro de outros países. Esta visão absoluta de Estado de Soberania afecta negativamente a protecção dos direitos do individuo e de grupos, de facto, limita-os. 

A Mudança...
Apesar de o conceito de estado de soberania negar a intervenção involuntária numa nação noutra, consegue-se identificar ao longo da história, nomeadamente antes da 2.ª Guerra Mundial, alguns tratados com o objectivo de proteger determinados grupos. Por exemplo, no século XVII houve acordos com o intuito de garantir a liberdade religiosa para protestantes e católicos. No século XIX, houve o acordo entre países para abolir a escravatura e o comércio de escravos e, estabeleceram-se alguns padrões mínimos para o tratamento de estrangeiros que residissem noutro país que não o seu. Todos estes exemplo têm em comum o facto de os direitos que os indivíduos de um país A usufruem, estão relacionados com os interesses de um outro pais B.

Esta visão de estado de soberania foi mudada após a 2.ª Guerra Mundial, principalmente devido às atrocidades cometidas pelo regime nazista no decorrer desta. A detenção e exterminação de um número elevado de grupos por este regime, como judeus, homossexuais e outras minorias, levou à conclusão que os pactos feitos não tinham sido suficientes para evitar estas crueldades. A difusão destes acontecimentos por outros países levou ao reconhecimento de que as leis e instituições criadas, com o objectivo de proteger os direitos do individuo e de grupos, eram insuficientes para prevenir os governos de abusarem discriminadamente ou usarem comportamentos violentos contra determinados grupos de indivíduos dentro das suas fronteiras. Mesmo que o país onde os abusos aconteciam possuíssem leis para protecção desses grupos, a constituição era facilmente suspendida, as instituições dissolvidas e as cortes influenciadas.

Foi neste desenrolar que se conclui-o que era necessária uma compreensão internacional dos direitos e de liberdade, que fosse comum a um grande número de países e de estados, e que estivesse protegida por leis e instituições internacionais. Tudo isto levou a uma revisão do conceito de soberania, que sofreu mudanças no direito e na liberdade que os países tinham dentro das suas fronteiras. Assim a ideia de os direitos se tornarem um princípio limitante do estado de soberania assentou em 2 ideais após a 2.ª Guerra Mundial: Universalização dos Direitos Humanos e a Internacionalização dos mesmos.

A Universalização refere-se ao facto de cada país dever ter um conjunto de leis que protejam os direitos humanos, enquanto a Internacionalização, por sua vez, tem o intuito de proteger esses direitos através de diplomacias, leis e instituições internacionais.

Tudo isto constituiu uma mudança no conceito abordado, tal fez com que fosse possível qualquer nação mencionar-se sobre a forma como certos indivíduos ou grupos são tratados no interior de outros país.

As Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos
As Nações Unidas foram uma das instituições internacionais formadas com o objectivo de proteger os direitos humanos. Ela foi fundada no final da 2.ª Guerra Mundial na esteira da violência e das atrocidades decorridas neste conflito. Quando surgiu, muitos países, principalmente os menores, tentaram incluir uma lista de direitos num documento que viria ser aprovado em 1945, no entanto tal não foi feito, não só devido à pressão do tempo, mas também porque não havia um forte consenso global nos direitos que este deveria incluir. Pelo que, inicialmente este apenas incluía algumas referências gerais dos direitos humanos.

Pouco tempo após as Nações Unidas estarem estabelecidas, foi criada a Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos, esta tinha o intuito de fazerem uma nova declaração internacional para os direitos humanos. Foi neste contexto que membros de diferentes nações fizeram o documento que se tornou a Declaração Universal para os Direitos Humanos, submetida à assembleia geral em 1948, onde foi adoptada sem qualquer voto contra, com 48 a favor e 8 abstenções.

Dos países que votaram a favor contam-se 14 países europeus e outros países do leste, 19 estados da América latina e 15 de África da Ásia. Actualmente, o número de países que adoptaram a declaração é muito superior, tal deve-se ao facto de antes muitos deles serem colónias, enquanto agora são países independentes.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos está organizada com um prefácio, que contém explicações e justificações para a realização do documento, tem ainda um conjunto de 30 artigos sobre os direitos civis, políticos, económicos, sociais e ainda culturais, assim como limitações e deveres.

Os temas centrais da declaração são dignidade, liberdade, igualdade e fraternidade.