sexta-feira, 2 de maio de 2014

Noam Chomsky: EUA e Imperialismo

Viver...
Já alguma vez se questionou sobre o verdadeiro significado de "viver", se não deve ter sentido, pelo menos, o que se sente quando alguém querido ou próximo a si  perdeu a vida. Talvez quando isso aconteceu tenha ficado em choque, ou mesmo entrado em colapso, trazendo-lhe sentimentos que não esperava sentir. O tempo passou, mas a dor não desapareceu, você é que se acostumou a ela.
1.ª conclusão: Quando perdemos alguém de quem gostamos, percebemos que essa pessoa tocou na nossa vida.

Vivemos num mundo constituído por milhões de pessoas e, como seres humanos, sentimos todos o mesmo - tristeza, alegria, ódio, amor, ciúmes, inveja (às vezes com mais e outras com menos intensidade). Por termos estes sentimentos em comum, era suposto que entendêssemos a dor dos outros quando alguém próximo a eles morre, mesmo que esse alguém nos seja desconhecido.
2.ª conclusão: Reconhecer a presença dos mesmos sentimentos nos outros, independentemente da etnia ou religião..

É por estas duas razões que condeno a Guerra, não se está apenas a matar pessoas, muitas das vezes meros civis, mas também porque se está a causar dor a muitas das pessoas e, uma delas poderá ser nós próprios. Tento dizer a mim mesmo que não deve ser fácil matar alguém, tirar a vida a alguém deve ser um peso que temos de carregar o resto da nossa vida, mas quando visualizo números que atingem as centenas de milhares de baixas, em determinadas épocas da história. Questiono-me até que ponto consigo realmente acreditar na existência de tal peso.

Direito à vida... é um direito que todos nós temos, independentemente de onde nascemos, é um direito universal, estabelecido a partir do momento em que deixamos o útero da nossa mãe. Negar-nos a ele é o maior crime que pode ser cometido, é um crime contra a espécie humana. É neste contexto que comecei a ler o livro Mudar o Mundo de Noam Chomsky. Pelo que deixo assim aqui algumas das notas que recolhi durante a minha leitura sobre actos de guerra cometidos no passado, no entanto, não muito distantes do presente. Foram estes dados que me levaram a fazer esta prévia reflexão.

EUA vs Vietname:

  • 1954 - Há um acordo de Paz entre os EUA e o Vietname, no entanto este é considerado um desastre pelo primeiro, o que leva a que recuem o acordo. Um pouco mais tarde, os EUA estabelecem um protetorado no Vietname do Sul, onde sabe terem sido cometidos inúmeros actos de tortura, brutalidade e assassínios;
  • 1960 - Passado 6 anos após o estabelecimento do protetorado, o governo do Vietname do Sul já tinha morto entre cerca de 70 mil a 80 mil pessoas. Devido a todo este clima de guerra, repressão e austeridade, houve uma rebelião interna, apesar de os Vietnamitas do Norte não o desejarem. Estes apenas queriam que ter tempo para conseguir desenvolver a sociedade.
  • 1961 - Houve a interferência do presente americano John F. Kennedy, que culminou na invasão militar no Vietname, no entanto a situação já se encontrava fora de controlo.
  • 1962 - Servindo-se de aviões do Vietname do Sul, Kennedy bombardeou este mesmo país. Autorizando ainda a utilização de um produto químico para destruir todas as colheitas, à medida que colocava pessoas de zonas rurais em campos de concentração, supostamente para as proteger.
  • 1963 - O Vietname do Sul estava em negociação com o Vietname do Norte com o objectivo de estabelecerem um acordo de paz. Com o conhecimento disto, a administração de Kennedy organizou um golpe de estado, em que estes dois irmãos, do Norte e do Sul, foram assassinados. Posteriormente, seguiu-se também o homicídio do Presidente Americano John F. Kennedy. De mencionar que, embora este tenha concordado com a proposta de saída do Vietname, tinha condição fazê-lo apenas quando saísse vitorioso.


EUA e o Imperialismo:
Na verdade, imperialismo é um termo interessante. Os Estados Unidos foram fundados como um império. George Washington escreveu em 1783 que a «extensão gradual dos nossos territórios irá de certo levar o selvagem, à semelhança do lobo, a retirar-se; ambos são animais de caça, ainda que difiram na forma».

Thomas Jefferson previu que as tribos «atrasadas» nas fronteiras «recairão na barbárie e na miséria, serão diminuídas pela guerra e pela carência e nós seremos obrigados a levá-las, com os animais da floresta, para as montanhas Stony».

Neste capítulo, Noam Chomsky aborda o facto de, após os EUA terem atingido os limites geográficos, isto é, a expansão no território nacional, esta não ficou por aí. Ele menciona que o tipo de colonialismo que este pratica é o pior dos tipos que existem - o colonialismo de ocupação. Neste, além de se ocupar o território indígena, também se livra da população nativa. (De mencionar que o conceito imperialismo evoluiu, pelo que pode não ser o termo mais correcto a utilizar actualmente.)

Em 1898, o ano da conquista de Cuba, os EUA executaram o ataque "libertar Cuba", no entanto o objectivo destes nunca foi que esta se tornasse independente. Contudo a sua actividade não se ficou por aqui. Também o Havai foi ocupado, depois de terem expulsado a população indígena de lá, ao qual se segue também as Filipinas, onde se estima que se tenha morto mais de 200 mil pessoas e se estabeleceu um sistema colonial. Actualmente, a única razão porque as Filipinas não possuem o crescimento económico do resto dos países asiáticos que a rodeia, é porque são um país isolado devido à sua ocupação pelos EUA.


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